Ester Corrêa

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Caso Eliza Samudio




O caso Eliza Samudio
Que tem chocado o Brasil
Emerge como prelúdio
De um grande desafio:
Exortar nossa Justiça
Pra deixar de ser omissa
Ante o machismo tão vil!

Trata-se de um momento
De grande reflexão
Pois não basta só lamento
Ou alguma oração
É hora de provocar
Propondo um outro olhar
Sobre processo e ação

Saiu na televisão
Rádio, internet e jornal
Notícia em primeira mão
Toda manchete é igual:
Ex-amante de goleiro
(Aquele cheio de dinheiro!)
Sumiu sem deixar sinal

Muita especulação
- discurso de autoridade-
Uns dizem que é armação
Outros dizem que é verdade
Polícia e delegacia
Justiça e promotoria:
Fogueira de vaidades!

Mei-mundo de advogados
Investigação global
Cada um no seu quadrado
Falando em todo canal
Subjacente a tudo
Um peixe muito graúdo:
Androcentrismo total!

A mídia fala em Bruno
Eliza e gravidez
Flamengo, orgia e fumo
-esta é a bola da vez!-
Tem muito 'especialista'
Em busca de alguma pista
Pra ser o herói do mês

E a história se repetindo
Mudando apenas o nome
Outra mulher sucumbindo
Sob ameaça dum homem
Uma vida abreviada
Cuja morte anunciada
A estatística consome

Assim é a violência
Lançada sobre a mulher
Ela pede providência
E cara faz o que quer
Mas a Justiça, que é lerda,
Machista, 'fazendo merda'
Vem com papo de mané

E oito meses depois
Da 'denúncia' inicial
Que é o feijão com arroz
Do distinto tribunal
Nadica de nada existe
Mas autoridade insiste
Que isto, sim, é normal:

?A culpa é do Instituto
Que não mandou o exame?
- isto soa como insulto
e daqueles mais infame-
Não era caso de urgência?
-tenha santa paciência!-
Para que serve um ditame?

A moça buscou amparo
Na Justiça do país
Agiu correto, é claro
E esperou do juiz
O tal reconhecimento
Sobre o pai do seu rebento
Tendo a vida por um triz

Também fez comunicado
Ao campo policial
Dizendo que o namorado
Praticou crimes e tal
Buscou as vias legais
Enfrentou feras reais
Terá sido este o seu mal?

Mesmo com a delegacia
Dita especializada
E com toda a apologia
De uma Lei avançada
Faltou ter a ruptura
Com aquela velha cultura
De que a mulher é culpada

E o cumprimento legal
No caso, muito importante
Seria mais um arsenal
Para enfrentar o gigante
Mudar a mentalidade
De nossas autoridades
É fator preponderante

E para que isto ocorra
Entre outra alternativa
Antes que mais uma morra
E o caso fique à deriva
É preciso compreender
Que Justiça é pra fazer
Enquanto a mulher tá viva!

Sei que nada justifica
Que haja tanta demora
E enquanto o caso complica
A vítima 'já foi embora'
Sem medida protetiva!
Sequer prisão preventiva!
Quanta inoperância aflora!

Se o exame era necessário
À elucidação do crime
O Estado-perdulá rio
Neste campo fez regime
Ficando no empurra empurra
No velho: ''mulher é burra,
e joga no outro time?

Todo crime tem problemas
e toda diversidade
Assim como há esquemas
Também há dificuldades
Mas pra mim é evidente
Que o machismo presente
Premia a impunidade
Machismo compartilhado

Por gente de toda cor
Do goleiro ao empregado
Do primo ao executor
Autoridades também
Implicitamente têm
Um machismo inspirador

Cada 'doutor' se expressa
Centrado no garanhão
É o mote da conversa:
Fama, grana e traição
Ao se referir a ela
Falam da menina bela
Que fez filme de tesão

Falta a compreensão
Da questão relacional
Gênero, classe, profissão
Cor e status social
O processo é narrativa
Que emerge da saliva
Falocêntrica- legal

E ainda que alguns digam
?Oh, Eliza, coitadinha?
E suas doutrinas sigam
Desvendando pegadinhas
A escola dogmática
Do direito-matemá tica
Perpetua ladainhas

Processo judicial
Só serve para punir?
Havia tanto sinal...
Não dava pra prevenir?
E a tal ação civil?
Alimentos deferiu?
Para o bebê consumir?

É um momento de dor
Para a família dos dois
O caso é multifator
Não basta dar nome aos bois
A lógica policial
Cartesiana e formal
Festeja tudo depois

Por isso se faz urgente
Conjugar gênero e direito
Pois um trabalho decente
Que surta algum efeito
Não se limita a julgar
Mas também a estudar
O cerne do preconceito

Homens que matam mulheres
Em relações de poder
Isto tem se dado em série
Mas é preciso entender
Que subjaz ao evento
Um histórico comportamento
Que vai construindo o ser

A nossa sociedade
Apesar da evolução
Reproduz iniquidade
E também muita opressão
Homem que bate em mulher
- E ?ninguém mete a colher? -
Sempre foi uma 'lição'

Aprendida por goleiros
Delegados, professores
Motoristas, marceneiros
Pedreiros e promotores
Garçons e malabaristas
Médicos e taxistas
Juízes e adestradores

Por isto em nossos dias
De conquistas sociais
De novas filosofias
Direitos especiais
Não podemos aceitar
Justiça só pra apurar
Crimes tão excepcionais

Que a Justiça também
Sirva para (se) educar
Chega deste nhém-nhém-nhém
Deste eterno blá-blá-blá
A Lei Maria da Penha
Existe pra que não tenha
Tanta morte a lamentar!!!

Salete Maria

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Carimbolando - Marapanim

Carimbó. Esse é o nome de um cipó paraense e do ritmo cultural, exclusivo de Marapanim (PA), que mescla as culturas das etnias indígena, negra e branca, a partir da combinação de instrumentos como as maracás (indígena), o tambor (negra), os instrumentos de corda e a flauta (influência do branco português). Apesar de existir em outras regiões do Pará e também na Amazônia, o Carimbó feito em Marapanim é considerado de raiz, tocado com instrumentos artesanais feitos pelos próprios mestres do ritmo.

A fim de preservar a cultura existente há mais de 200 anos, foi criado o Carimbolando, encontro de grupos de Carimbó de Marapanim.

O evento, que ocorrerá nos dias 16 e 17 de julho, época de férias na região, espera receber 15 mil pessoas. Marapanim está entre as cidades que têm as mais belas praias paraenses e recebemos turistas do Estado do Pará e de outras regiões do Brasil, além de muitos estrangeiros curiosos por conhecer nossa cultura, diz Melo. Nos dois dias de festa, além do Carimbó, se apresentarão o Boi Bumbá, o Cordão de Pássaros, quadrilhas juninas e grupos de dança. O evento também prevê oficinas de confecção de instrumentos musicais, exposição de produtos feitos com o carimbo, biquínis, camisas e toalhas e um festival de comidas típicas regionais."

terça-feira, 6 de julho de 2010

Férias 2010 - Ilha de maiandeua na praia de Algodoal


Julho chegando, é hora de relaxar e curtir as merecidas férias!
Eu, como boa paraense, estarei, como todos os anos, na fantastica, mágica, bela, mísitca e encantadora ilha de Algodoal, meu universo paralelo!
Ai vai algumas dicas e informações sobre a Ilha!


A ILHA



Seu nome é Ilha de Maiandeua, mas os de fora a conhecem por Ilha de Algodoal. Maiandeua tem origem no Tupi e significa “Mãe da Terra”. A ilha é chamada de Algodoal em virtude da abundância de uma planta nativa conhecida como algodão de seda, ainda presente na região, cujas sementes, com filetes brancos, são dispersas pela planta e, ao flutuarem ao vento, lembram o algodão. Quem primeiro a apelidou desta forma foram os pescadores que lá chegaram na década de 1920.
Algodoal é, também, o nome da maior vila, das quatro que existem na ilha. As outras três são Fortalezinha, Camboinha e Mocooca. A vila de Algodoal é a principal por ser a maior, a que possui a melhor infraestrutura para acomodação de turistas e, conseqüentemente, a que recebe mais visitantes. Estas quatro vilas são separadas entre si por porções de manguezais e seccionadas em alguns pontos por canais de maré.
Os 19 km² da Ilha de Algodoal são marcados pela tranqüilidade, pelos cenários maravilhosos que atraem turistas de todo o mundo que nunca se decepcionam com a sua natureza bucólica, bela e dadivosa. A comunidade da ilha é formada por pessoas simples e receptivas que vivem, basicamente, da pesca, da agricultura de subsistência e, ultimamente, do turismo.
A energia elétrica somente foi introduzida na ilha em janeiro de 2005 e o abastecimento de água é realizado por meio de poços artesianos que fornecem água de excelente qualidade. Os meios de transporte existentes são a bicicleta, o barco (a motor ou a remo) e a carroça puxada por cavalo. Veículos terrestres motorizados não podem entrar na ilha.


Nesse período do ano, assim como no reveillon, pessoas colocam suas mochilas nas costas, com um colchonete, uma imprescindivel barraca, macarrão instantaneo e muita disposição! Na ilha, existem muitas opções de alojamento, desde hotéis, pousadas, camping! É muito comum, os jovens levarem suas barracas, alugarem um espaço em um camping e passar dias por lá. A maioria das pousadas possuem espaços para camping, vc pode levar sua barraca ou alugar por lá, ou mesmo pode levar sua rede e ficar em um dos muitos redários da ilha, ou pode alugar sua rede por lá mesmo!

Transporte, só o que eu chamo de "cavalo-táxi", uma carroça puxada por um cavalo. Musica?? Muita música... O reggae é muito forte na ilha com bandas tocando ao vivo, bem como banda de rock e muito carimbó! A noite rola solta no Bar Lua Cheia, no Boiador, e pra não quem não está satisfeito com em terminar as 4h da manhã, existe o Bar Raizes do Mangue, onde a noite começa qdo termina nos outros lugares, e rola até as 6/7h da manhã!

Dormir?? Para que?? As 9h já é hora de estar de biquini caminhando para a praia da Princesa, escolhendo qual musica mais te agrada... Avisando: A cerveja não custa menos que R$ 4,00, portanto, de uma olhada! Vale a pena dá uma caminhada até o Lago da Princesa, um lago belissimo no meio da ilha, onde se toma uma maravilhoso banho de agua doce!
Portanto, com sua mochila na costa, uma Positive Vibration, vá curtir a tranquilidade da ilha... Nos encontramos lá! Minha barraca jah está pronta, minha mochila arrumada e a disposição está sobrando!

DICAS:
Alojamentos -> Há muitos campings  e redários! As pousadas e hotéis cobram bem mais caros em altas temporadas! Mas lugar pra ficar não falta, melhor solução: Ir e procurar!
Transporte -> Os "cavalos-táxis" praticam preço exorbitantes nesse periodo, e na ilha tudo eh muito perto! Travessia de barco de marudá para Algodoal média de R$ 6,00.
Comida -> Os maiores preços são na praia, não há muito o que se pesquisar!
Bebidas -> Cerveja custa em média R$ 4,00, na maioria dos bares!
Musica -> Bar Lua Cheia, rola rock, reggae e carimbó! Boiador também rola Rock e Reggae. Raizes do Mangue, rola muito reggae, bomba no final da noite!

Vamos nos divertir!