Ester Corrêa

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Avatar - O filme do ano!



Avatar

Direção: James Cameron
Roteiro: James Cameron

Elenco
Sam Worthington (Jake Sully)
Zoe Saldana (Neytiri)
Sigourney Weaver (Dra. Grace Augustine)
Michelle Rodriguez
No distante planeta Pandora, uma pá de humanos faz de tudo para conseguir botar as mãos em um valiosíssimo metal chamado unobtanium. Entretanto, a primitiva espécie local, um bando de primos altos do Noturno dos X-Men chamados Na'vi, não curte muito a idéia e faz um sacode para defender seu lar. No meio da dança, um ex-fuzileiro se inscreve no programa Avatar, onde, através de uma MÁQUINA DE TOMOGRAFIA, ele pode pilotar o corpo de um Na'vi criado especialmente para o seu DNA. E eventualmente, ao se misturar com os nativos, o sujeito acaba se apaixonando por uma mina azul logo quando a guerra está prestes a estourar.

Ao longo dos últimos anos, a indústria cinematográfica, assim como a fonográfica, vem sofrendo com o, digamos, fácil acesso a produtos culturais através da rede mundial de computadores. As pessoas sovinas trocaram a salona de cinema pela comodidade e GRATUIDADE do lar. Tentando reverter a situação, as redes começaram a buscar novas formas de atrair a galera, como o famoso IMAX, as projeções 3D e os combos pipoca + refrigerante que poderiam alimentar um rinoceronte. Mas os resultados ainda eram um pouco tímidos.

Eis que James Cameron aplicou uma grandiosa rasteira nos baixadores de filmes. E depois chutou o saco deles. E depois fez cócegas em seus sovacos. Porque, após quatro anos de desenvolvimento, produção e megalomania, Avatar é uma colossal experiência que PRECISA ser conferida no cinema. Sinceramente, o site oficial da obra poderia colocar o filme inteiro pra download, e provavelmente ninguém se interessaria.

Em termos visuais, nenhuma língua inventou adjetivos suficientes para definir a grandiosidade da coisa. E a riqueza proporcionada pelo planeta Pandora, com seu verde exuberante e sua flora colorida, dá à Cameron a oportunidade de ESTRAÇALHAR visualmente as pessoas, criando sequências que SALTAM AOS OLHOS (trocadilho obrigatório) e AQUECEM CORAÇÕES. Avatar eleva a categoria cinematográfica de "fotografia" um nível totalmente novo. Seja no colorido das florestas, ou no cinza das instalações militares (sempre com holografias surgindo aqui e ali), o filme consegue impressionar em cada quadro.

Mas de nada adiantaria toda essa parafernália se a história fosse fraca (mentira, adiantaria sim, mas ela não é). E embora a tramóia concebida por Cameron resvale nos lugares comuns, o roteiro é bem-escrito e bem executado, o que torna a narrativa extremamente fluída: se por um lado cenas grandiosas deixam o espectador totalmente em chamas, por outro momentos pequenos, como Jake em seu avatar mexendo na terra com os dedos do pé, constroem personagens TRIDIMENSIONAIS (trocadilho obrigatório) e fazem com que o público se identifique com elas. O diretor manja os macetes necessários para manter a bola rolando de forma interessante, e não se permite deslumbrar pelos efeitos especiais (mentira, se permite sim, mas sem esquecer da trama). Afinal, por mais que o filme seja bonito, ele não funcionaria se os protagonistas não cativassem a platéia (mentira, funcionaria sim, mas eles cativam).

Contribui para isso o excelente elenco e a absurda técnica de captura de movimentos - os avatares em CGI não são apenas parecidos com os atores, eles possuem trejeitos que os tornam únicos (James Cameron e os demais envolvidos venderam a alma ao diabo para conseguir tal façanha, fato). Quem ficou impressionado com o Gollum de Senhor dos Anéis e o Davvy Jones de Piratas do Caribe, vai bater a cabeça na parede após ver o que se passa em Avatar. Com atores supimpas, então, a coisa fica ainda mais fácil: Sam Worthington exala carisma o tempo todo, além de convencer no papel de líder (e reparem o "tédio" do ator enquanto está na forma humana, comparado à sua intensidade quando Na'vi) e ter uma excelente química com Zoe Saldana (outra que faz misérias, mesmo jamais aparecendo em carne e osso). E como é em torno dos dois que a história se sustenta, essa relação cria uma base sólida para que os outros aspectos possam funcionar. De resto, Sigourney Weaver faz bem a ligação entre Jake e os Na'vi, Stephen Lang cria um vilão assustador e intenso, e Michele Rodriguez.

É necessário ainda citar o design de som, a espetacular trilha, os figurinos, o pão com geléia que era servido entre as filmagens, enfim, praticamente todos os aspectos do filme ganhariam 99 no Winning Eleven. E todo o tempo que Avatar ficou em produção, todo o trabalho, toda a pesquisa, tudo isso convergiu de forma bíblica para apenas um objetivo: criar uma experiência cinematográfica inesquecível.

James Cameron é, de fato, o rei do mundo.

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